Representantes da indústria receberam bem a redução de 25% do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) anunciado pelo governo federal no fim de fevereiro, mas o repasse do desconto nos preços não devem ser suficientes para contrabalançar o aumento dos custos de produção agravados pela invasão da Rússia a Ucrânia, segundo representantes dos setores industriais comentaram em evento realizado nesta segunda-feira, em São Paulo.
“Os impactos gerais são causados, por exemplo, por fretes marítimos, desarranjo das cadeias globais, alteração nos fluxos de comércio, impacto de alta nas matérias primas e insumos energéticos, que provocam reflexos na inflação”, disse em entrevista coletiva Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil e coordenador da Coalizão Indústria, que reuniu ontem representantes setoriais da indústria.
“O frete internacional ganhou contornos dramáticos durante a pandemia. Houve um certo arrefecimento mais recentemente, mas ainda assim o custo do frete por tonelada já estava mais caro do que antes da covid-19. Havia uma expectativa de volta à normalidade por volta do segundo semestre deste ano, mas nesse exato momento a tendência é que os custos voltem a subir. O petróleo explodiu para perto de US$ 130 dólares por barril”, comentou no evento o presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel.
Apesar das incertezas, a Coalizão Indústria segue projetando um ano positivo para o setor.
Fonte: Valor
Seção: Indústria & Economia
Publicação: 08/03/2022